Paulo chama a vida conduzida pelo sarx – a vida na carne. Nela, nossa programação mental e emocional nos coloca sob o controle da necessidade de obter o bastante do mundo para nos sentir seguros, impede-nos a encontrar a felicidade através de mais e melhores experiencias prazerosas e dirige nossa vontade para dominio de pessoas e situações, aumentando, assim, nosso prestígio e poder.

A crise de espiritualidade moderna, grosso modo, é Espírito versus carne. O fracasso ou a recusa em residir na mente de Cristo cria dualidade e separação dentro de nós. Não escolhemos com determinação entre Deus e Mamom, e nosso adiamento já constitui, em si, uma decisão. Nós nos dividimos cuidadosamente entre carne e Espírito com os olhos atentos a ambos. A relutância em admitir com toda a consciência que somos filhos de Deus causa esquizofrenia espiritual do tipo mais aterrador.

Alimentados pelo que alguém chamou de negligência “o agnosticismo da negligência” (falta de disciplina pessoal para superar o bombadeio da mídia, conversas fúteis e relações utilitárias) , nossa autoconsciência torna-se embaçada, a presença de um Deus amoroso se perde na distância e a possibilidade de confiança e intimidade parece menos plausível. A desatenção com o sagrado destrói a abertura para o Espírito. (grifo meu).

Manning, Brennan. Convite à loucura, São Paulo, Mundo Cristão. p.113